sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Entrevista com comandante do VF-1

Fotos: Valter Andrade.

Numa rápida entrevista para o Clearsky-aviation, o Capitão-de-Fragata Alexandre CURSINO de Oliveira revela alguns detalhes desta unidade da Marinha do Brasil e o futuro dos Skyhawk.

Natural do Rio de Janeiro, carioca 44 anos, casado e pai de uma filha, o atual comandante do 1º Esquadrão de Aeronaves de Interceptação e Ataque, VF-1 da Marinha do Brasil. É oriundo da aviação de asas rotativas, o 1º Esquadrão de Helicópteros de Esclarecimento e Ataque o onde exerceu a função de Imediato.



Clearsky: Qual a importancia do A-4 Skyhawk no esquadrão VF-1?

CF. Cursino: A compra destes aviões se deu por uma boa ocasião, e por um preço compensador, hoje estas aeronaves estão entrando num importante programa de modernização. Portanto estes aviões vieram a preencher uma lacuna na Marinha do Brasil, e atualmente ajuda de forma impar o nosso desenvolvimento e a criação do conceito de aviação naval de asa fixa embarcada, portanto um grande ganho.



Clearsky: Como se da à formação do aviador do VF-1?

CF. Cursino: Atualmente quando se forma um oficial de Marinha, já existe a opção de aviador para aeronaves, e em nosso caso o de asa fixa. Hoje mantemos programas de cooperação e de preparação de nossos aviadores com a FAB, na Academia da Força Aérea, na US Navy com uma qualificação especifica em porta-aviões, realizando dez pousos “enganchados”, e mantendo sempre um aviador nosso em revezamento na Base Aérea de Natal BANT, onde existe um curso especifico de aviação de caça, possuímos um bom quadro de pilotos, os quais estão bem preparados. Em nossa Base Aeronaval, na cidade de São Pedro da Aldeia, continua nossa atividade normal de vôos e instrução, onde possuímos toda estrutura de suporte que um esquadrão de caça precisa para se manter operacional.


Clearsky: Como deve ser o programa de modernização do Skyhawk?

CF. Cursino: Este ano de 2009, em abril foi assinado um acordo da Marinha com a EMBRAER para a modernização, esta operação vai deixar o Skyhawk nos moldes do programa dos F-5M e A-1M da FAB, e obvio sendo em nosso caso navalizado todos os sistemas, as aeronaves serão mais aptas para a função de defesa do navio. Recebendo um radar mais adequado, para nossa missão principal que é a de interceptação, além da melhora para lançamento de armamento ar superfície não guiado, portanto não esta previsto o lançamento de armas inteligentes.


Clearsky: Quantas aeronaves estão sendo submetidas ao programa?

CF. Cursino: O acordo foi para a modernização de 12 aviões, e com a entrega do último exemplar modernizado devendo ocorrer em 2014. A previsão é que estas aeronaves operem no NAe São Paulo até o fim de sua vida operacional em nossa Marinha. Cujo encerramento deve ser por volta de 2020 a 2025, portanto o ambos devem encerrar carreira juntos, aeronaves e porta-aviões. Daqui para lá deve existir um estudo de viabilização de se construir um navio aeródromo ou não no Brasil, ou se for o caso adquirir um outro.



Clearsky: Existem planos para um futuro substituto do Skyhawk, ou aquisição de outra aeronave de asa fixa pela Marinha do Brasil?

CF. Cursino: Por hora não conheço nenhum estudo de um novo caça para a substituição dos Skyhawk na Marinha brasileira, mesmo porque, este programa de modernização vai dar o tempo suficiente para um maior e melhor amadurecimento da aviação de caça na Marinha. Mas sei que existem estudos de médio prazo para aquisição de pelo menos três células de S-2 Tracker’s, os quais deveram exercer missões de AEW, reabastecimento e carga leve, e desta forma ampliando de forma substancial a capacidade operacional do nosso porta-aviões o NAe São Paulo.

sábado, 22 de agosto de 2009

INTERCEPTAER, o Skyhawk afiando as garras

Texto e fotos Valter Andrade, a não ser quando citada:

Numa escura e fria sala de controle, sentados diante de monitores operadores de GCI (Ground Controlled Intercept), controladores de interceptação de solo. Estão com olhares concentrados em seus monitores, pacientes enxadristas, prontos para lançarem mão de suas peças no tabuleiro aéreo, Neste momento surge na tela um contato não identificado, o qual passa imediatamente a ser acompanhando, após a falta de respostas do mesmo ele é considerado um alvo, passando a ser vigiado atentamente.

Pouco tempo depois será acionado o vetor aéreo para fazer a interceptação, e identificação do alvo que não responde as ações de terra.

Skyhawk pronto para decolagem.


O fiel orientando saida do hangarete.

Agora as peças do tabuleiro começam a movimentar-se, um jogo paciente e tenso entra em ação com o acionamento de um caça A-4 Skyhawk, conhecido como AF-1 e AF-1A do esquadrão VF-1 da Marinha do Brasil, cuja missão será monitorada atentamente pelo GCI de Recife operando com um pequeno grupo de marinheiros preparados para tal função.

Em pouco tempo o falcão de aço alcança seu alvo e faz a identificação visual, informando para os controladores do GCI. A aeronave é um AT-26 Xavante.


Aeronave intrusa interceptada. Foto: VF-1

A aeronave da FAB atuando como intruso para a missão tanto dos controladores em terra, como do Skyhawk. Mas esta situação hipotética poderia ser real, afinal uma das missões do VF-1 da Marinha do Brasil é fazer interceptação e a defesa do porta-aviões NAe A12 São Paulo, projetando poder sobre as áreas onde o navio atua.

A INTERCEPTAER foi concebida para aprimorar não só as habilidades dos pilotos do esquadrão VF-1, mas também preparar os controladores navais de GCI, que exercem um vital e importante papel no porta-aviões monitorando o trafego aéreo e orientando as aeronaves em torno do mesmo nas mais diversas missões.


AFIANDO AS GARRAS

Durante duas semanas um grupo de cerca de setenta militares da marinha, e duas aeronaves (N-1011 e N-1021 posteriormente a N-1022) movimentou-se da base aeronaval de São Pedro d’Aldeia litoral norte do Rio de Janeiro, seguindo para a Base Aérea de Natal no R. G. Norte, para cumprir a missão INTERCEPTAER.

Esta operação foi dividida em duas atividades distintas; a primeira consistiu no aprimoramento do bombardeio convencional, praticando lançamento simulado, culminando com o arremeso de bomba convencional no estande de tiro da FAB em Maxaranguape, pelo AF-1A (N-1021).



Bomba de treino Mk.81 no Skyhawk N-1021 Foto: VF-1

A semana seguinte foi dedicada inteiramente a atividade AR-AR, no CINDACTA de Recife estava um numero de marinheiros realizando o vetoramento das missões de interceptação, as quais ocorriam diariamente, com lançamentos tanto pela manhã como pela tarde.


Confraternização, pilotos da Marinha e da FAB.


Num clima de total cooperação entre as duas forças, havia ocasiões que pilotos da FAB voavam no Skyhawk bi-place, o esquadrão anfitrião foi o 1º/4º GAv. “Pacau” unidade considerada dentro da FAB como a; “Sorbone” da aviação de caça brasileira devido a sua excelente performance na formação de “caçadores”.


Concentração de Piloto do VF-1.


Alegria após uma missão.

A INTERCEPTAER também mostra como o caminho de cooperação entre armas é importante, sem falar do aprimoramento das tripulações da Marinha e de suas equipes de terra, pois num deslocamento longo como este as aeronaves são meticulosamente revisadas após cada lançamento de interceptação.


Dia e noite, o incansavél trabalho da manuteção.


Atualmente a aviação naval brasileira goza de grande respeito e prestigio por suas irmãs de outras nações, e é justamente por sua atenção especial na manutenção e conservação de suas aeronaves, permitindo que suas tripulações possam cumprir as missões com tranqüilidade e alto profissionalismo.


A comunicação de pista é realizada por sinais.

Toda esta atividade visa não só deixar as tripulações “afiadas”, mas aprimorar cada vez mais o conceito da aviação na Marinha do Brasil, reforçando a doutrina de emprego de aeronaves de asa fixa em prol das diversas missões que são exercidas pelo porta-aviões.

Nas diversas interceptações realizadas, a missão principal do GCI é conduzir a aeronave até a melhor posição, esta atividade é fundamental tanto em condições de clima adverso, como em missões noturnas, neste caso permitindo uma aproximação mais furtiva possível.


Revisão e planejamento de vôo.

Os pilotos revisavam cada missão em detalhes, sempre buscando um melhor aprimoramento para a conclusão de cada interceptação, briefing’s e debriefing’s detalhados entre os pilotos da Marinha e da FAB, reforçava ainda mais esta cooperação. Ao final uma certeza; o VF-1 esta cada vez mais preparado para suas missões em defesa da esquadra ou em apoio as unidades irmãs, seja embarcado ou partindo de bases terrestres, o VF-1 Falcão estará sempre pronto e atento com suas tripulações de vôo e equipes de solo.

*Nota: O autor agradece a cooperação do esquadrão VF-1, o apoio do CCSM (Centro de Comunicação Social da Marinha), Comando da Aviação Naval e a recpetividade da FAB na BANT (Base Aérea de Natal).

sábado, 8 de agosto de 2009

AVIÃO COLIDE COM O EMPIRE STATE BUILDING






Pode parecer loucura, mas aconteceu, na manhã do dia 28 de Julho de 1945 um avião de bombardeio B-25 deixou Massachusetts em direção à cidade de Nova York em uma missão de rotina. Nos controles do avião estava o Capitão William F. Smith.



Perdido num nevoeiro acima de Manhattan, Smith voava entre arranha-céus.Quando de um escritório próximo escutou-se o som do avião colidindo com o Empire State Building em seu 79º andar. O piloto e os dois passageiros morreram, junto com onze funcionários dos escritórios do; Catholic War Relief Services. Os destroços do avião cortaram os fios de um elevador, que caiu 79 andares com uma jovem mulher em seu interior.


Ela sobreviveu à queda, e acabou por gerar uma nova legislação que pela primeira vez deu aos cidadãos o direito de processar o governo federal americano.