sábado, 22 de agosto de 2009

INTERCEPTAER, o Skyhawk afiando as garras

Texto e fotos Valter Andrade, a não ser quando citada:

Numa escura e fria sala de controle, sentados diante de monitores operadores de GCI (Ground Controlled Intercept), controladores de interceptação de solo. Estão com olhares concentrados em seus monitores, pacientes enxadristas, prontos para lançarem mão de suas peças no tabuleiro aéreo, Neste momento surge na tela um contato não identificado, o qual passa imediatamente a ser acompanhando, após a falta de respostas do mesmo ele é considerado um alvo, passando a ser vigiado atentamente.

Pouco tempo depois será acionado o vetor aéreo para fazer a interceptação, e identificação do alvo que não responde as ações de terra.

Skyhawk pronto para decolagem.


O fiel orientando saida do hangarete.

Agora as peças do tabuleiro começam a movimentar-se, um jogo paciente e tenso entra em ação com o acionamento de um caça A-4 Skyhawk, conhecido como AF-1 e AF-1A do esquadrão VF-1 da Marinha do Brasil, cuja missão será monitorada atentamente pelo GCI de Recife operando com um pequeno grupo de marinheiros preparados para tal função.

Em pouco tempo o falcão de aço alcança seu alvo e faz a identificação visual, informando para os controladores do GCI. A aeronave é um AT-26 Xavante.


Aeronave intrusa interceptada. Foto: VF-1

A aeronave da FAB atuando como intruso para a missão tanto dos controladores em terra, como do Skyhawk. Mas esta situação hipotética poderia ser real, afinal uma das missões do VF-1 da Marinha do Brasil é fazer interceptação e a defesa do porta-aviões NAe A12 São Paulo, projetando poder sobre as áreas onde o navio atua.

A INTERCEPTAER foi concebida para aprimorar não só as habilidades dos pilotos do esquadrão VF-1, mas também preparar os controladores navais de GCI, que exercem um vital e importante papel no porta-aviões monitorando o trafego aéreo e orientando as aeronaves em torno do mesmo nas mais diversas missões.


AFIANDO AS GARRAS

Durante duas semanas um grupo de cerca de setenta militares da marinha, e duas aeronaves (N-1011 e N-1021 posteriormente a N-1022) movimentou-se da base aeronaval de São Pedro d’Aldeia litoral norte do Rio de Janeiro, seguindo para a Base Aérea de Natal no R. G. Norte, para cumprir a missão INTERCEPTAER.

Esta operação foi dividida em duas atividades distintas; a primeira consistiu no aprimoramento do bombardeio convencional, praticando lançamento simulado, culminando com o arremeso de bomba convencional no estande de tiro da FAB em Maxaranguape, pelo AF-1A (N-1021).



Bomba de treino Mk.81 no Skyhawk N-1021 Foto: VF-1

A semana seguinte foi dedicada inteiramente a atividade AR-AR, no CINDACTA de Recife estava um numero de marinheiros realizando o vetoramento das missões de interceptação, as quais ocorriam diariamente, com lançamentos tanto pela manhã como pela tarde.


Confraternização, pilotos da Marinha e da FAB.


Num clima de total cooperação entre as duas forças, havia ocasiões que pilotos da FAB voavam no Skyhawk bi-place, o esquadrão anfitrião foi o 1º/4º GAv. “Pacau” unidade considerada dentro da FAB como a; “Sorbone” da aviação de caça brasileira devido a sua excelente performance na formação de “caçadores”.


Concentração de Piloto do VF-1.


Alegria após uma missão.

A INTERCEPTAER também mostra como o caminho de cooperação entre armas é importante, sem falar do aprimoramento das tripulações da Marinha e de suas equipes de terra, pois num deslocamento longo como este as aeronaves são meticulosamente revisadas após cada lançamento de interceptação.


Dia e noite, o incansavél trabalho da manuteção.


Atualmente a aviação naval brasileira goza de grande respeito e prestigio por suas irmãs de outras nações, e é justamente por sua atenção especial na manutenção e conservação de suas aeronaves, permitindo que suas tripulações possam cumprir as missões com tranqüilidade e alto profissionalismo.


A comunicação de pista é realizada por sinais.

Toda esta atividade visa não só deixar as tripulações “afiadas”, mas aprimorar cada vez mais o conceito da aviação na Marinha do Brasil, reforçando a doutrina de emprego de aeronaves de asa fixa em prol das diversas missões que são exercidas pelo porta-aviões.

Nas diversas interceptações realizadas, a missão principal do GCI é conduzir a aeronave até a melhor posição, esta atividade é fundamental tanto em condições de clima adverso, como em missões noturnas, neste caso permitindo uma aproximação mais furtiva possível.


Revisão e planejamento de vôo.

Os pilotos revisavam cada missão em detalhes, sempre buscando um melhor aprimoramento para a conclusão de cada interceptação, briefing’s e debriefing’s detalhados entre os pilotos da Marinha e da FAB, reforçava ainda mais esta cooperação. Ao final uma certeza; o VF-1 esta cada vez mais preparado para suas missões em defesa da esquadra ou em apoio as unidades irmãs, seja embarcado ou partindo de bases terrestres, o VF-1 Falcão estará sempre pronto e atento com suas tripulações de vôo e equipes de solo.

*Nota: O autor agradece a cooperação do esquadrão VF-1, o apoio do CCSM (Centro de Comunicação Social da Marinha), Comando da Aviação Naval e a recpetividade da FAB na BANT (Base Aérea de Natal).

2 comentários:

  1. Excelente fotos, Valter!
    Muito bom mesmo, queria ter essa sorte... :D

    como faço para ver as suas fotos em tamanho ampliado???(queria a 1º e a 11º)

    Belo, Blog!
    Vlws!

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  2. Obrigado por seu comentário Murilo, este espaço é para todos amantes da aviação como você.

    Com relação as imagens citadas você pode entrar em contato comigo via e-mail.

    Um forte Abraço!

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